Luandra Sousa Macedo, formada em Zootecnia pela Universidade Federal de Jataí em 2019, é a nossa entrevistada do mês e relata sobre seu estágio obrigatório feito na empresa BRF; localizada em Jataí. A empresa utiliza o sistema de integração onde o produtor possui uma granja e fornece sua estrutura, enquanto a BRF fornece as aves e a ração.
Dentro de suas obrigações no estágio, Luandra nos conta que sua responsabilidade era sobre a área de extensão, onde dava assistência no campo desde a chegada dos pintinhos até sua saída, incluindo limpeza e desinfecção dos alojamentos para a chegada de um novo lote.
A capacidade produtiva da granja era em média de 22.000 aves por aviário, onde para determinar isso era feita uma conta de densidade. A primeira seleção das aves era feita no incubatório, seguido de uma segunda seleção na granja, onde era avaliado o aspecto dos pintinhos de 1 dia, os debilitados ou com algum tipo de anomalia eram direcionados ao descarte.
O manejo sanitário era feito ainda no incubatório, onde era feita a vacinação dos animais, junto com um processo de desinfecção para entrar no aviário, tanto de pessoas quanto de veículos. A ex-estagiária nos conta que o índice de mortalidade não podia ser alto, pois existe um limite máximo para não ser notificado pela agrodefesa, então sempre ficava em média em 3% e a empresa dava uma bonificação dependendo do índice de mortalidade.
Os animais ficavam na granja entre 28 e 30 dias dependendo do ganho de peso. O ganho ideal para a saída das aves era de 1,750 kg e durante todo esse período, desde a chegada até a saída das aves para o abate a ex-estagiária acompanhava as aves de perto. A limpeza de bebedouros e comedouros era feita somente entre os lotes ou quando era feito o manejo da cama do aviário.
Luandra nos conta que para lidar com os problemas do dia a dia sempre buscava entender o contexto geral do que estava acontecendo e saber da limitação de cada granja. Ela afirma que a parceria com o granjeiro é de extrema importância. O conselho da ex-estagiária para quem deseja estagiar na área é: “seja atento e proativo”, considerando que é um sistema de criação que não permite erros.
Na granja em que Luandra estagiava, eram utilizadas apenas fêmeas, pois faziam o “griller”: um modo de produção de aves onde a produção é feita em apenas 30 dias. Neste sistema também pode ter uma maior densidade de aves por metro quadrado. A sexagem das aves era feita diretamente no incubatório.
As granjas dessa empresa são localizadas em um raio de até 80 km de distância do abatedouro, que também pertencem a BRF. Luandra nos conta sobre esse manejo: “na saída do lote nós fazíamos o jejum, para limpar o trato digestório dos animais, e não haver extravasamento na indústria e não ter a contaminação da carcaça”. Após a saída das aves é feita a limpeza e desinfecção do aviário, higienização dos bebedouros e comedouros e também é feito o tratamento da água.
Para finalizar a ex-estagiária divide com a gente o aprendizado que levou para sua vida: “para mim o estágio foi muito mais sobre saber lidar com pessoas do que com os próprios animais”, e isso é uma realidade da profissão independente da área que deseja estagiar, saber lidar com pessoas é fundamental.
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