O pesadelo vivido pelo Pecuarista esse ano
Não foram poucos os desafios vividos neste ano que passou, além da pandemia, os produtores rurais tiveram que enfrentar uma série de fatores como a grande estiagem de chuva, e mesmo assim, o setor produtivo não parou.
Dentro da lista de problemas, o pecuarista teve que enfrentar o preço alto dos insumos, principalmente do milho, e quando o encontrava disponível no mercado, quando as coisas deveriam melhorar, com o início das chuvas, vieram mais problemas, pois ela veio de forma irregular e com o clima quente e úmido veio junto as lagartas, que geralmente atacavam outras culturas, este ano atacaram com força as áreas de culturas de gramíneas, sem
selecionar por gênero, família, classe ou característica morfológica , pelos 4 cantos do
país.
Muitos pecuaristas nunca tinham visto ou sequer imaginado, que um dia teriam suas
áreas de pastagens atacadas por lagartas, ainda mais com a proporção assombrosa
que foi este ataque, destruindo muitas e muitas áreas de pasto, sendo as principais a Curuquerê e a Spodoptera, estas que começam raspando as folhas, e conforme vão crescendo em tamanho, o seu ataque se torna mais severo, consumindo as folhas por inteiro deixando apenas o talo.
Quem tem o costume de andar e observar seus pastos, conseguiu fazer a aplicação de inseticida logo no início de seu período larval, evitando problemas maiores, porém não foi o que boa parte dos produtores fizeram, e tiveram que ver as lagartas consumindo seus pastos de forma muito rápida enquanto seus animais apenas assistiam a diminuição de alimento, e quem viu seus pastos sendo devorados por elas, na maioria das vezes, teve que enfrentar uma segunda onda de ataque, afinal de contas, com o ciclo tão rápido, iniciando sua ovipostura ao redor do quarto dia após a sua emergência, chegando a depositar 1200 ovos em média, mesmo fazendo o combate, esses ovos necessitariam apenas de um clima com 25°C em média e uma chuva irregular, que elas voltariam, pois só desse clima durante um período de 3 dias para a incubação de seus ovos.
O produtor que entende, ou que tem um profissional por perto, já sabia que esse clima
era favorável para a proliferação dessas lagartas, afinal de contas, as mesmas já
atacaram a região sul do país em meados de 2014. Com base nisso, alguns produtores
conseguiram fazer o combate preventivo, evitando maiores dores de cabeça. Porém
quem nota esse ataque logo no início deve estar atento com o tipo de inseticida que
vai utilizar no combate, podendo ser químico ou biológico - sendo que o biológico
deveria ser o mais utilizado , já que estamos vivenciando uma fase no mundo inteiro
de preservação ambiental e conservação, mas além do aspecto ambiental, a grande
vantagem é a persistência no local, ou seja, por se tratar de organismos vivos (fungos,
bactérias, parasitas, predadores), eles se mantém no ambiente por mais tempo,
proporcionando uma ciclicidade.
Já o químico, não pode vacilar, tanto na dosagem, que sempre deve seguir a recomendação do fabricante evitando subdosagens e sempre atento ao horário de aplicação, pois tem que ser no final da madrugada até por volta das 9 horas, e no final do dia, evitando assim os horários mais quentes, afinal de contas nesses horários, essas lagartas estarão na matéria orgânica, se protegendo do sol e calor intenso. Principalmente quem vai trabalhar com inseticida de contato, tem que estar ligados a esse detalhe, porque se não estiver bem atento, terá uma baixa eficácia do produto utilizado.
Em algumas regiões teve ainda outro problema, com o aumento repentino da procura desses produtos, teve produtor que viu seus pastos sendo completamente destruídos, por essa praga, e de mãos atadas por não encontrarem inseticidas no mercado.
Portanto sempre esteja ligado sobre tudo que envolva seu meio de produção, mesmo
que não seja em sua região, esteja sempre atento em tudo que acontece no meio
rural, nos animais e no pasto; ande, observe, fique atento em todos os detalhes e
mudanças das suas áreas de pastagem, afinal de contas, o pasto é o alimento mais
barato que terá em sua propriedade.
Comments