Mas será que consumimos mesmo salmão?
Bom, o salmão é um peixe de tamanho mediano, pertencente a família salmonidae, que também inclui a truta; são naturalmente encontrados nos oceanos Atlântico e Pacífico, e tem como característica o hábito de nascer na água doce, viajar para o oceano onde viverá de um a três anos e voltar para os rios em que nasceram para se reproduzir, podendo percorrer até 3000 km. Existem sete espécies de salmão, uma é encontrada no oceano Atlântico conhecida como salar ou salmão selvagem, além de outras seis espécies que são encontradas no oceano pacífico, como exemplo o salmão coho.
O salmão que é consumido no Brasil, é importado quase 100% do Chile, que é o segundo maior produtor mundial de salmão, ficando atrás apenas da Noruega. O sul do Chile é banhado pelas águas do pacífico, onde são criados os salmões em balsas de cultivo, com rigorosos cuidados sanitários, e um sistema de manutenção de alto investimento financeiro, como o de monitoramento por câmeras, utilização de alimentadores automáticos ou semi – automáticos, e até mesmo a inseminação artificial para a reprodução. Esses animais são alimentados com dietas balanceadas utilizando todos os nutrientes necessários, ricas em lipídeos e pigmentante como a astaxanina, que também está presente em camarões, crustáceos e até mesmo em tomates. Na natureza esse animal tem o hábito de consumir camarões e crustáceos, com isso, faz a absorção da astaxanina e como não consegue eliminar, a sua carne fica com a coloração avermelhada, sendo que, sua carne sem o consumo desses alimentos é branca.
Esse processo de inserção de pigmentante na dieta é mais conhecido como salmonização, que é o que também fazem com as trutas (trutas arco-íris), o que as torna muito parecida com o salmão, pois são da mesma família e possuem as estruturas das fibras muito similar. Sendo que o salmão silvestre possui a coloração avermelhada, e as outras duas (truta e salmão de cativeiro) contém a carne com a coloração laranjada, é possível diferenciar basicamente apenas pela coloração da pele ou pela coloração da carne mesmo, pois o salmão selvagem possui a pele prateada e a carne um pouco mais rosada, diferente da truta que tem a pele com pontos vermelhos e a carne mais alaranjada.
A truta salmonada é o que mais vemos nos restaurantes e gôndolas de todo o pais, pois, além de terem seu valor de comercialização mais baixos, conseguem passar facilmente pelos olhos e paladar do consumidor por salmão, o que não é uma coisa ruim, já que tanto o salmão de cativeiro, quanto a truta salmonada são ricos em vitamina D, ácidos graxos, selênio, proteína, vitamina B3, vitamina B12, vitamina B6, fósforo e magnésio, sem contar que são ricos em ômega 3, esse que é de extrema importância que seja ingerido pelo ser humano na alimentação, pois pode ser utilizado na prevenção de diversas patologias, chegando a reduzir 81% a chance de ataque cardíaco. Porém, falta o comerciante deixar claro para o consumidor que o que ele está consumido é um salmão de cativeiro, uma truta
salmonada ou até mesmo um salmão silvestre o que é muito difícil acontecer, já que os que chegam ao Brasil, vem do Alasca, com um alto valor.
Mas Danilo, e o sabor? Dizem que o salmão silvestre, tem as fibras mais suave, assim como a tonalidade da cor, porém com um sabor mais marcante e uma maior quantidade de gorduras boas como o ômega 3. O salmão de cativeiro e a truta salmonada, são muito semelhantes até mesmo no sabor, pois possuem fibras mais largas e firmes, e uma menor quantidade de ômega 3. O Chile esporta tanto o salmão quanto a truta salmonada para diversos países, tendo como um dos principais compradores o Japão e se até eles adoram, quem sou eu para decidir se vou comer truta ou salmão, não é mesmo? Afinal de contas, tudo com shoyo fica bom.
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