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  • Foto do escritorNiegi Alana da Rosa

Você conhece o LAPAQ?

Atualizado: 16 de jun. de 2021

O Laboratório de Pesquisa em Aquicultura tem contribuído para o avanço na determinação das exigências nutricionais da espécie Tambaqui e formando profissionais capacitados para o mercado.


O LAPAq é um laboratório interdisciplinar que possibilita a realização de análises laboratoriais e bioensaios de diversas áreas da aquicultura, além de possibilitar a realização de ensaios de sanidade, reprodução e larvicultura de peixes.


As atividades do Laboratório de Pesquisa em Aquicultura tiveram início no ano de 2010, com a disponibilização de parte do corredor do prédio da Agronomia. Neste ano as atividades desenvolvidas em Jataí eram basicamente na linha de produção e experimentação com peixes ornamentais e/ou larvicultura de peixes, enquanto as atividades com peixes de produção eram realizadas em Goiânia em parceria com a PUC-GO (Laboratório de Pesquisa em Organismos Aquáticos) e o setor de piscicultura da EVZ-UFG.


Foto: Prof. Dr. Igo G. Guimarães

No ano de 2014 o prédio atual do laboratório foi entregue em Novembro e em Dezembro já foi instalado o primeiro ensaio experimental financiado pelo CNPq. Atualmente o setor tem como responsável o Prof. Dr. Igo G. Guimarães e conta com o auxílio da técnica Ludmilla Lopes de Castro Menezes, que fica responsável pela manutenção dos animais e da estrutura.


Segundo Igo G. Guimarães no início as principais dificuldades enfrentadas pelo setor eram o reduzido apoio da administração superior, uma vez que a estrutura foi 90% construída com capital de projetos aprovados pelo coordenador do setor e seus parceiros, a péssima qualidade do abastecimento de energia no local atual do laboratório, que devido a isso, vários equipamentos se encontram danificados, necessidade de readequação da estrutura para atender os padrões de segurança atuais, e o baixo interesse pelos alunos de graduação e pós-graduação da região (90% dos pós-graduandos são de fora da região sudoeste de Goiás).


Atualmente a maior dificuldade enfrentada é o financiamento para a manutenção de atividades básicas uma vez que as fontes de recurso do laboratório que eram exclusivamente via financiamento de projetos de pesquisa das agências de fomento reduziram mais de 90%. Assim, pequenos grupos em consolidação, como o LAPAQ, foram enormemente prejudicados.


O setor trabalha com parceiros tanto de iniciativa privada quanto com outras instituições de pesquisa do estado de Goiás, São Paulo e da Noruega desde o início de suas atividades. Atualmente existe uma parceria com os docentes do Centro de Aquicultura da UNESP, da PUC-GO, do IF Goiano, da EVZ-UFG e de pesquisadores do Instituto de Pesquisa Marinha (Noruega). Segundo o Prof. Dr. Igo Guimarães a principal parceria privada que tiveram efetivamente foi com a empresa CJ-Selecta na qual foi desenvolvido uma pesquisa para a empresa.


Em relação ao funcionamento e a rotina do setor, esta funciona de acordo com a demanda das pesquisas que estão sendo realizadas no laboratório. Entretanto, as principais atividades realizadas no LAPAq são pesquisas sobre alimentos, alimentação e nutrição de organismos aquáticos, assim como o desenvolvimento e adaptação de tecnologias de alimentação, cultivo economicamente sustentável e ambientalmente amigável de organismos aquáticos. Além disso, estabelecer métodos para avaliação do bem-estar fisiológicos dos peixes, bem como a realização de protocolos e ensaios imunológicos de organismos aquáticos.


E entrevista o Prof. Dr. Igo Guimarães relatou que “o laboratório conta com 3 sistemas de recirculação de água montados com aeração e sistema de aquecimento automatizados, filtro físico e biológico com luz UV. Diariamente, os peixes são alimentados sendo realizado o monitoramento dos parâmetros físico-químicos de qualidade de água, a limpeza e manutenção dos aquários. A capacidade de animais é variável, porém se considerarmos alevinos da espécie Tilápia do Nilo, a capacidade de animais é de aproximadamente 3000 peixes.”


Atualmente, não há nenhum projeto em andamento no setor. Contudo, o laboratório tem sido preparado para iniciar 3 ensaios que serão realizados ao decorrer do ano de 2021 seguindo todas as recomendações de segurança da OMS devido a pandemia. O primeiro projeto intitulado: Deposição de minerais na carcaça associada a recuperação da deficiência de fósforo em diferentes espécies de peixes. O segundo projeto intitulado: Atividade antioxidante do extrato da curcumina (Curcuma longa l.) no sistema imunológico de tilápia do nilo (Oreochromis niloticus) (sob a coordenação do Prof. Klaus Saturnino). E o terceiro intitulado: Indução a puberdade em peixes tropicais utilizando dieta hiperproteíca e inibidor doparminergico (sob a coordenação da Profa. Monica Rodrigues Fernandes).


Para a realização das atividades o setor conta com o apoio e trabalho de estudantes de graduação e pós-graduação em diferentes níveis, apresentando alunos voluntários de graduação, bolsista de Iniciação Científica e bolsistas de mestrado, doutorado e pós-doutorado. Contudo, a procura pelas atividades no setor é baixa, não necessitamos de realização de seleção para o desenvolvimento de projetos, é necessário apenas ter o interesse e comprometimento em realizar as atividades do projeto a ser atribuído. Todavia, caso o aluno não tenha intenção em realizar projetos de pesquisa, é possível apenas realizar o treinamento sobre manutenção de peixes em sistemas de recirculação e métodos de coleta de amostras em peixes, atividades normalmente diárias que temos que realizar no laboratório para o adequado funcionamento.


O Prof. Igo relata que pensando no futuro do setor a curto prazo o objetivo é finalizar a piscicultura experimental que começou a ser implantada e por falta de recursos para a compra das tubulações hidráulicas foi interrompida, também objetiva-se aumentar as parcerias com empresas para o desenvolvimento de ensaios experimentais destinados a indústria de produção de peixes, com foco principalmente na nutrição e saúde. Já pensando a longo prazo o objetivo do responsável pelo setor é transforma-lo em um Centro de Apoio a Pesquisa e Extensão em Aquicultura, formando profissionais em todos os níveis de formação e fazendo o elo entre a pesquisa acadêmica básica e aplicada para o setor de produção de peixes.


Com muito orgulho do trabalho realizado no setor o Prof. Dr. Igo G. Guimarães relatou ainda sobre as contribuições que o LAPAQ leva a sociedade externa e acadêmica, segundo ele: “Acredito que em primeiro lugar, a nossa contribuição na formação de profissionais altamente capacitados seria o grande ponto do laboratório. Temos orgulho em compartilhar que em meio a grande crise que assola o Brasil, 93% dos nossos egressos estão empregados ou seguem carreira acadêmica de relevância. Isto nos faz crer que estamos no caminho certo. Além disso, somos reconhecidos nacionalmente e internacionalmente pela qualidade dos nossos trabalhos, principalmente com ênfase a nossa grande contribuição na determinação das exigências nutricionais da espécie nativa de peixe mais produzida no Brasil, o tambaqui, mesmo com o clima de Jataí não sendo tão propício para a manutenção dessa espécie. Assim, vamos aprendendo e crescendo a cada dia. Os nossos egressos são, sem sombra de dúvidas, o nosso maior legado!”



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